Sequer e Se quer

Emprego de SEQUER e SE QUER

Emprego de “se quer” e “sequer”

Eis outra particularidade simples da nossa língua, mas que merece toda a nossa atenção, pois de vez em quando aparece aqui e acolá nas provas de alguns certames. Vamos a ela...

I) A forma separada “se quer” é representada pela conjunção condicional “se” seguida do verbo “querer” flexionado na 3.ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo. Nesse caso, a expressão “se quer” equivalerá a “se desejar” e ocorrerá em orações hipotéticas, condicionais. Veja:

Se quer passar em um concurso, estude muito.

* “Diga ao cocheiro que pare; ou, se quer, pode apear-se no largo da Carioca.” (Machado de Assis)

* “– Em porção, o senhor sabe que... É isso... Enfim, se quer, mande-os...” (Lima Barreto)

II) Já a forma “sequer” é um advérbio e significa “ao menos, pelo menos, nem mesmo”. É frequentemente usado em frases negativas ou de sentido negativo.

* João não veio ao trabalho e nem sequer ligou para dizer o que aconteceu.

* “... como é que de um ano para o outro esta necessidade urgente e imediata torna-se tão secundária, tão indiferente, tão remota que nem sequer merece ser mencionada na fala do trono?” (Rui Barbosa)

* “Ninguém lhes regateia esse reconhecimento. Ninguém lhes recusaria, sequer, o esquecimento do seu passado de escravismo.” (Rui Barbosa)

* “Por fim tudo se esgota e a situação não muda. Não há probabilidade sequer de chuvas.” (Euclides da Cunha)

Fonte: Nova Gramática da Língua Portuguesa para Concursos