Tão pouco e Tampouco

Nesta postagem, explico a diferença e o emprego de tão pouco e tampouco

Nesta lição, estudaremos mais de uma particularidade da nossa língua. Procure lê-las mais de uma vez para consolidar o conhecimento.

Emprego de “tão pouco” e “tampouco”

I) Emprega-se “tão pouco” quando for equivalente de “muito pouco”. Nesse caso, teremos o advérbio de intensidade “tão” seguido do pronome indefinido ou do advérbio “pouco”.

a) Falaram tão pouco durante a palestra que todos ficaram surpresos.
                     muito pouco
b) No mês passado, a empresa recebeu tão pouco dinheiro que teve de recorrer a empréstimos.
                                                                    muito pouco
c) Infelizmente, nosso filho dorme tão pouco.
                                                            muito pouco

d) Parecia muito cuidadoso dos seus estudos e tão pouco extravagante e gastador, que não despendia um vintém fora das necessidades de primeira urgência.

 

II) “Tampouco” é morfologicamente um advérbio e equivale a “também não, muito menos, nem sequer”. Funciona, na estrutura oracional, como um reforço para uma negação feita anteriormente, ou seja, o “tampouco” adicionará uma ideia negativa a uma ideia negativa precedente. Por isso, costuma-se associá-lo a “nem” com o sentido negativo. Como já representa uma negação, é erro grosseiro empregar­-se “tampouco não”.

a) Os alunos não entregaram a prova, tampouco fizeram o trabalho que valia nota.

b) Jamais irei àquele lugar, tampouco deixarei que algum familiar meu vá.

c) “Mas os príncipes não aprendem, e tampouco aprendem os partidos.” (Rui Barbosa)

d) “Afinal, convencendo-se de que ela, sem ter ainda morrido, já não vivia para ninguém, nem tampouco para si, desabou num fundo entorpecimento apático.” (Aluísio Azevedo)

e) “... contudo, nunca houve entre eles uma separação profunda nem tampouco uma penetração perfeita.” (Lima Barreto)

Fonte: Nova Gramática da Língua Portuguesa para Concursos - 10a edição.